Nos laboratórios, as células-tronco embrionárias produziram tumores, provocaram rejeição quando transplantadas, e apenas resultaram no tipo errado de células necessárias para substituição das células comprometidas de pacientes. É por causa disto que os investidores privados aplicaram a maior parte dos seus recursos na pesquisa das células-tronco adultas. William Haseltine, principal executivo da Human Genone Sciences, é um destacado incentivador da pesquisa com células-tronco embrionárias. Porém, ele considera que os resultados ainda estão a décadas de distância e a sua empresa não está gastando dinheiro em células não comprovadas. Ele admite que "a utilização rotineira de células-tronco embrionárias na medicina ainda tarda 20 ou 30 anos".
O artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005) libera no país a pesquisa com células-tronco de embriões obtidos por fertilização in vitro e congelados há mais de três anos. Atualmente, esses embriões são descartados após quatro anos de congelamento, mas os pais devem autorizar expressamente seu uso para efeito de pesquisa. Quando a lei foi aprovada, considerou-se um avanço - ao menos perto do que se tinha para a pesquisa com células-tronco no país. A Lei de Biossegurança de 1995 proibia pesquisas com embriões, e os pesquisadores se viam obrigados a importar exemplares para realizar estudos básicos com células-tronco embrionárias. Muitas vezes, os embriões - doados por universidades e laboratórios de fora do país - apodreciam nas barreiras alfandegárias antes mesmo de chegar aos laboratórios brasileiros. Dois meses depois de aprovada a lei, em maio de 2005 o então procurador da República Claudio Fonteles entrou com uma ação direta de inscontitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra o artigo da Lei de Biossegurança que trata do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas. Em sua ação, Fontele argumenta que o artigo 5º da Consttituição Federal garante o direito "à inviolabilidade da vida humana" e que os embriões são seres vivos. O conservador católico Fonteles foi a voz oficial de uma turma formada por correntes religiosas e grupos anti-aborto que acreditam que a vida começa no momento da concepção. Em março de 2008, os 11 ministros do STF se reuniram para decidir sobre a questão, mas não chegaram à conclusão alguma: após dois votos (o do relator Carlos Alberto Ayres Brito e o da ministra Ellen Gracie) a favor da liberação das pesquisas, o ministro Carlos Alberto Menezes Direito pediu vistas ao processo, prolongando ainda mais as dicussões e atrasando ainda mais as pesquisas com células-tronco embrionárias no país. Menezes Direito também é ligado à Igreja Católica. Pela atual lei de biossegurança, apenas os embriões congelados há mais de três anos e os inviáveis para implantação podem ser utilizados em pesquisas. Por embrião inviável entenda-se aqueles que, na fertilização in vitro, não são introduzidos no útero da mulher por não terem qualidade ou por conterem mutações responsáveis por doenças genéticas. Um dos argumentos usados pelos pesquisadores é que se os embriões são inviáveis eles serão descartados, e a igreja e os grupos anti-aborto não se manifestam contrariamente a isso. Assim como não se manifestam contra o desligamento de aparelhos quando a morte cerebral de um paciente é constatada e seus órgãos são doados para salvar outras vidas. Se não há sistema nervoso funcionando, então não há mais vida. O princípio para o uso das células-tronco embrionárias humanas é o mesmo. Os embriões usados têm apenas 14 dias. São um montinho de células menor que a ponta de uma agulha. Nessa fase, o sistema nervoso do embrião não está desenvolvido, e ele nem sequer em feto já se transformou. "Existe muito desentendimento e desinformação sobre o assunto", diz Mayana Zatz,professora de Genética Humana e Médica do Departamento de Biologia, Instituto de Biociências da Universidade São Paulo, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano. Zatz é a pesquisadora brasileira com o maior número de trabalhos sobre células-tronco publicados e uma das maiores defensoras do uso de células-tronco para pesquisa. "A proposta é usar os embriões que sobram nas clínicas de fertilização e vão para o lixo. São os embriões malformados que não teriam capacidade de gerar uma vida se fossem implantados no útero" [fonte: Drauzio Varella]. Além disso, a mesma lei diz que os institutos de pesquisa e serviços de saúde não têm autonomia sobre suas pesquisas com células-tronco embrionárias. Para realizar pesquisas ou terapias com células-tronco embrionárias humanas eles devem submeter seus trabalhos para análise e aprovação de comitês de ética em pesquisa. Assim, se as pesquisas forem contrárias ao que se considera ética de pesquisa, elas não são realizadas. Depois da polêmica, em maio de 2008 o STF voltou a julgar a ação de inconstitucionalidade. Alguns dos ministros do STF chegaram a propor restrições que inviabilizavam as pesquisas, mas acabaram sendo derrotados. Seis dos 11 ministros do STF consideraram constitucional o artigo da Lei de Biossegurança que permite as pesquisas com células-tronco embrionárias, colocando um ponto final da discussão.
José Cruz/ABr
O ex-procurador da República Claudio Fonteles (à esq.), que entrou com ação de insconstitucionalidade contra o artigo da Lei de Biossegurança que libera as pesquisas de células-tronco embrionárias, e Menezes Direito (à dir.), ministro do STF que pediu vistas ao processo, adiando por tempo indeterminado a decisão do STF sobre as pesquisas com células-tronco. Os dois juristas estão ligados à Igreja Católica, que é contra a liberação de embriões para pesquisa
Células-tronco embrionárias -derivadas de blastócitos
Células-tronco adultas - encontradas em tecidos adultos
Células-tronco da medula espinhal
Alvo constante de discussões médicas, as células-tronco são a mais nova aposta nos tratamentos de rejuvenescimento facial. Segundo os especialistas, elas têm um efeito de “fazer o tempo parar”, além de minimizar rugas e linhas de expressão já existentes. “Ao proteger, energizar e estimular as células-tronco adultas da pele, elas reagem produzindo novas células mais saudáveis e revitalizadas, combatendo as causas do envelhecimento, devolvendo a jovialidade, a vitalidade e a longevidade da pele”, explica a esteticista e massoterapeuta Blanch Marie. Fontehttp://suapele.terra.com.br/interna.php?id_conteudo=54&pagina=5
Especialistas estão otimistas quanto ao futuro das células-troncos.
Sempre de olho no futuro, os cientistas vão deixando no caminho, ferramentas que os médicos ja estão aproveitando.
Terra Magazine questionou à genecista Lygia da Veiga Pereira sobre a posição da Igreja Católica em relação ao tema. A resposta foi categórica: "Isso é um absurdo." Lygia é uma das maiores especialistas do país quando o tema é GENÉTICA. Comenta sobre o uso de células-tronco embrionárias: "Conceitualmente será muito grave transformar em LEI uma crença religiosa, que é considerar que o embrião é um ser humano".
Há exatos 2 anos e 10 meses fui diagnosticada como portadora de uma doença auto-imune, progressiva e degenerativa chamada lúpus eritematoso sistêmico ( LES). Como muitas outras doenças que envolvem o sistema imunológico, ela NÃO TEM CURA. Ao saber da notícia fiquei arrasada. Na época, eu era estudante de biologia e já sabia da gravidade e das limitações que a doença me traria.
Durante um tempo fique estática. Decidi viver um dia de cada vez, pois sabia que o amanhã poderia não existir. Isso até o dia em que assisti a uma reportagem no Globo Repórter sobre células-tronco. Ela me fez ter esperança. Lá estava o depoimento de um rapaz com lúpus que se submeteu ao tratamento com células-tronco adultas e obteve ótimos resultados. Melhor ainda: no Brasil.
Sou totalmente a favor das pesquisas com células-tronco embrionárias. Aliás, escohi esse tema para apresentar no final do meu curso. Creio que devemos lutar por isso, pois a sensação de saber que temos uma chance de cura traz alívio aos nossos corações.
Que os embriões que serão descartados possam servir como meios de salvarem outras vidas. E que, se a cura não der tempo de chegar a mim, que possa vir para as próximas gerações...
O que é célula-tronco? É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmas.Por causa destas duas capacidades, as células-tronco são objeto de intensas pesquisas hoje, pois poderiam no futuro funcionar como células substitutas em tecidos lesionados ou doentes, como nos casos de Alzheimer, Parkinson e doenças neuromusculares em geral, ou ainda no lugar de células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, como no caso de diabetes.
Luiz de Carvalho Ramos
Bacharel em Direito pela UCsal -Salvador.
Existe uma AVERSÃO ao uso destas determinadas células, por fatores ÉTNICOS e RELIGIOSOS.
No centro desta discussão está uma questão polêmica: QUANDO A VIDA COMEÇA?
Qual a sua opinião a respeito?